"As Gordas e a Noite", (insere-se na colecção "Gordas na noite") 30 x 80 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira.
Sara - 2007
Nova colecção, pois é! Acabou-se a praia, chegou a noite., Aqui está um tema com muitas potencialidades.
Este quadro é uma espécie de retrato para a saudade. Uma espécie de fotografia, a sua intenção é a de evidenciar nove amigas que vão a uma festa à noite. O resultado ficou bem... O que acham?
"Gorda de costas na toalha", (insere-se na colecção "Gordas na Praia") 40 x 40 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2007
Depois da "de frente", a "de costas". Pode ser mais inexpressiva mas é muito rica visualmente, quer dizer, tem mais alguns pequenos pormenores, como o fato de banho com flores (em vez de ser liso).
Esta é a gorda que representa aqueles "lagartos ao sol" que tanto vemos nas praias, deitados de barriga para baixo e que, às vezes, até adormecem! Quando acordam estão muito rosadinhos... Mas, não deixa de ser agradável, uma soneca na toalha!
"Gorda de frente na toalha", (insere-se na colecção "Gordas na Praia"), 40 x 40 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2007
Este foi o primeiro deste ano, traz de novo o tamanho da gorda que aumentou proporcionalmente em relação ao quadro e uma composição mais "estilizada", se é que assim posso dizer...
Ora, esta gorda está a tomar um banho de sol na sua toalha vulgar de riscas. Repousa, muito descontraída, vejam a posição dos braços. Imaginem o calor que lhe toca o corpo ainda não muito bronzeado...
Se observarem no fato de banho - verde - parece haver algo esbranquiçado, pena é da foto, na realidade são nuances do mesmo tom com que pintei a roupagem de forma a dar-lhe volume e brilho de verniz. Aliás, penso que foi o brilho do verniz que alterou a fotografia... Pronto, mas sempre dá para fazerem ideia...
"Gorda a banhar-se", (insere-se na colecção "Gordas na Praia") 50 x 60 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2007
Se o quadro anterior ilustra o repouso na areia, com este pretendo demonstrar a típica imagem da mulher que vai a banhos, ou seja à água, mas que é friorenta e então decide ficar com água pelos joelhos, a molhar os bracinhos, as pernas, por longos minutos... Depois, logo se verá se terá coragem e vontade para nadar um pouco. Talvez, se a água não estiver demasiado fria...
"Gorda com guarda-sol", (insere-se na colecção "Gordas na Praia") 50 x 60 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2007
Uma das imagens tradicionais dos tempos de praia é o descanso à sombra de um guarda-sol colorido. É essa imagem que a Gorda está a viver no exacto momento em que olhamos para ela. Mar azul, céu azulinho, areia clara, um belo chapéu às riscas, uma toalha de cores quentes, a pomba da liberdade e da frescura lá ao fundo... E um fato de banho porque esconde melhor as banhinhas!
Este quadro insere-se na colecção que iniciei em 2004 mas parece-me que observando-o com atenção veremos diferenças, conseguiremos perceber a evolução da minha pintura, ou seja, o caminho que vai traçando. Mantenho as cores fortes mas sinto-me mais segura no traço e ganhei gosto pelo grande plano.
"Duas Gordas na água", (insere-se na colecção "Gordas na Praia"), 40 x 50 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2004
Tal como vos tinha dito, iniciei este quadro em 2004 mas só o terminei no princípio de 2007. Optei, contudo, por datá-lo de acordo com a sua concepção.
Apesar dos fatos de banho que elas vestem serem iguais, uma está de frente e outra de costas. Poderiam ser irmãs, amigas, mas não. São, simplesmente, a dualidade de uma só pessoa. A que quer ir, aventurar-se experimentar e a que quer ficar, que receia e que se conforma. Mas essa dualidade existem em todos nós e não é tão complicada como parece, é vulgar, daí, tudo parecer tão natural. A água contrapõe-se ao céu. A água que está tão calma e o céu que, apesar de belo, tem diversas nuvens. A pomba voa, voa na busca do consenso... Se quiserem, podem ser apenas duas banhistas nuns fatos alegres, numa água apetecível, num fim de tarde, quando as gaivotas e outros pássaros começam a sobrevoar a costa até aterrar na areia...Continua a ser simples...
"Gorda na areia com pomba", (insere-se na colecção "Gordas na Praia") 40 x 60 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2004
Este foi o primeiro quadro que pintei para a colecção "Gordas na Praia". Na verdade, este e o próximo que vos vou mostrar foram iniciados em 2004, mas com a morte da minha avó e o nascimento dos meus dois filhos mais novos, fiquei sem tempo e sem vontade de pintar (e como não o faço por obrigação mas por prazer... além disso, a minha pintura é alegre e tinha dificuldade em encontrar essa alegria), pelo que só os terminei no início deste ano. Como estavam quase terminados, apenas faltava um pouco de tinta aqui e acolá, decidi datá-los de acordo com o início da sua concepção.
Este "Gorda na areia com pomba" traduz a minha ideia de praia (mar, areia e sol), de descontracção e sensualidade ( a gorda está ajoelhada perto do mar, num enquadramento que sendo verdadeiro acharia belo) e de bem-estar (a pomba confere equilíbrio e paz). A vida é simples se verdadeira... nós é que a complicamos...
"Duas Gordas deitadas na Relva em Mesclado", (insere-se na colecção "Gordas em Convívio") 24 x 30 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte em cartão
Sara - 2002
Lembram-se de que no post de "Duas Gordas deitadas na relva em Verde", publicado no passado dia 9 de Julho, vos disse que tinha pintado mais outros dois quadros iguais, mas que teriam que esperar para ver, já que tinham deixado de ser meus? Pois, então, aqui está um desses. Este, mais precisamente.
Surgiu de uma tentativa de "aquecer" o quadro simplista, de lhe dar ainda uma maior variedade de cores. Nessa época, andava muito entusiasmada com cores de fogo e lagos de nenúfares, pelo que pintei o céu como se estivesse em chamas, mas com laivos de azul e verde, incluídos. A relva passou a ser vermelha, para melhor se enquadrar. As gordas mantêm a posição de descontracção, afinal, elas não estão em apuros, nem perto de algum incêndio, estão simplesmente a refrescarem-se numa tarde de Verão muito quente.
De regresso à pintura das gordas...
Ali, acabaram os quadros para crianças, agora, vou retomar a pintura coloridas das colecções de Gordas. Espero que gostem. E que voltem sempre, seria bom sinal :)
"Capuchinho Vermelho e Outras Histórias", 40 x 60 cm
Acrílico e cola brilhante sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Eis que me ocorreu que uma princesa e um menino do Pé-de-Feijão não eram suficientes, que eles (os filhos) certamente iriam apreciar algo maior, mais recheado! Assim, lembrei-me da Capuchinho Vermelho, do lobo mau, dos três porquinhos, do coelho da Alice no País das Maravilhas, da pata, da abelhinha que sempre voa na floresta, das florzinhas de todas as cores, de um bosque bem verdinho, da pombinha da paz, de uma casinha branquinha de telhado encarnado, tudo a cintilar muito muito. Cintilou até ao coraçãozinho deles... Este quadro também pertence ao quarto dos meus filhos, mas em vez de adornar a parede, está colocado de uma forma moderna e que dá um ar descontraído à divisão, em cima da cómoda, encostado à parede.
* E com este, acabaram os quadros para crianças, mas prometo pintar mais alguns!
"O menino e o Pé-de-Feijão"
Acrílico e cola brilhante sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Depois de uma menina princesa para a minha filha, um menino que trepa por um pé-de-feijão até ao céu para o meu filho.
Este quadro reporta-nos a uma das mais imaginativas histórias de encantar. Quem não a conhece?! E fi-lo para o meu filho porque ele é um menino que adora histórias, muito curioso por tudo o que o rodeia e porque sonhar o faz feliz. Assim, aqui está um menino actual, aventureiro a subir por um feijoeiro muito verdinho e super brilhante!
Está no quarto dos meus pimpolhos mais crescidos.
"Pricesa brilhante e seu coelhinho", 25 x35 cm
Acrílico e cola brilhante sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Esta princesa que aparece nas fantasias da minha filha e de muitas meninas trouxe o coelhinho branco da "Alice no País das Maravilhas" e recebeu de presente da sua fada madrinha uma varinha de condão que brilha muito.
A princesa, no seu vestido rosa até aos pés, muito cintilante, passeia feliz no relvado do jardim do palácio real, sob um sol quentinho e risonho que irradia um calor cheio de brilho.
Este quadro - que faz par com o "O menino e o Pé-de-Feijão" - está no quarto da minha filha.
Gostam ou não gostam?
Passem os olhos, não dá muito trabalho, basta ver e não é preciso serem peritos em pintura, digam apenas o que lhes vai na alma!
Deixem um comentário, mesmo que pequenino. Também podem deixar ideias temáticas.
Apreciaria o feed-back!
Obrigado.
"O Fundo do Mar", 30 x 40 cm
Técnica Mista (acrílico e aguarela) sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Continuando no reino animal. Julgo que todas as crianças adoram animais e acho que fazem muito bem. Por isso incentivo os meus filhos a apreciá-los, respeitá-los e espero que, se possível, eles povoem os seus sonhos. Afinal, é bem melhor sonhar com peixinhos do que com monstros ou robots.
A minha Primogénita e o meu Do Meio são do signo caranguejo - curiosidade -, pelo que pensei ser engraçado pintar-lhes algo que estivesse relacionado com o mar, que lhes fizesse fluir cor, graça e ternura nas água das suas almas (que poética estou!).
Assim, surgiu o fundo do mar, repleto de peixinhos coloridos, com olhos esbugalhados, sorrisos, bocas abertas, tartarugas, polvos e lulas. Deve ser o fundo do mar de uma dessas ilhas fantásticas do Pacífico, tão ricas em espécimes e exotismo...
Acreditem que eles adoraram. Ainda bem que são o meu público, ah, ah !
"Flamingos", 50 x 40 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Fui ao jardim zoológico e reparei nuns animais com asas - que verdade seja dita, me passam quase sempre despercebidos, porque tenho enorme atracção por felinos, macacos e animais de grande porte, estão a ver, aqueles que andam pelas savanas. Eram flamingos, lindíssimos, rosa, muitos e muitos flamingos, num lago, que observados de longe nos davam uma ilusão óptica fantástica, parecia um arco-íris de tons rosados e azulados. No fim da visita, fui à loja do Zoo , e dos peluches mais engraçados fazia parte um flamingo! A minha filha ainda hoje dorme com ele.
Rendi-me, é um animal bonito, leve (porque tudo o que é esvoaçante parece leve) e que desenhado pode ter um aspecto bastante infantil. Depois, pensei, é rosa, fica bem para menina. Mas como estava a pensar fazer outro filho - e podia ser que fosse menino -, poderia colocar um céu bem azul e uma água também azulinha. "Agradaria" aos dois - quero dizer, às minhas opções decorativas - e seria simples.
Resultou nestes flamingos que eu gosto muito e eles também!
A minha pintura para os mais pequeninos, que também são gente!
Este é um público muito exigente e que sabe apreciar o belo. Merece entrar em contacto com esta forma de expressão desde cedo. E eles adoram, adoram desenhar e ver os desenhos dos outros. São muito entusiastas. A minha filha mais velha (que fez há 2 dias 6 anos), ela própria já pintou várias telinhas com a minha ajuda. E se vissem como fica feliz, com o pincel em riste e as mãos todas sujas de tinta!
Assim, esta versão do meu hobby nasceu quase por “necessidade”. Decidi decorar as paredes brancas do quarto dos meus filhos e surgiu a ideia de pintar alguns quadros. Repletos de cor – como é habitual na minha outra pintura – centram-se sobre dois temas distintos: as Histórias de Encantar e o Mundo Animal.
Tento recrear personagens que eles reconheçam das histórias que lhes lemos e algumas que eles gostariam de ser – como o caso da princesa. Porém, aqui, acrescentei um aditivo que muito lhes capta a atenção: cola brilhante colorida. Assim, a coroa da princesa brilha realmente! Qual a criança que não fica fascinada com o brilho?! Pelo menos, os meus filhos foram bastante receptivos...
Tenho pena de só ainda ter feito uns 5 quadros do género, porque ando a preparar uma colecção de "Gordas", mas prometo pintar mais para crianças, quanto mais não seja, para ver o sorriso na carinha pequena dos meus pimpolhos... Eheh !
"Homem", 30 x 80 cm
Acílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Depois do ser feminino, o ser masculino. É este quadro que faz conjunto com o anterior e que está no meu quarto.
Ora, sempre considerei mais difícil desenhar/pintar o sexo oposto, não sei se é porque realmente é mais difícil ou se é por falta de hábito. Inspirei-me nos corpos delineados dos nus masculinos de Miguel Ângelo e de Rodin , mas claro que não os copiei, aliás dá bem para ver!
Tirei-lhe músculos e dei-lhe um ar mais ... naif . Para contrariar o rosa forte da mulher, pintei-o com um fundo azul céu, que também é forte. Acrescentei-lhe, igualmente, as flores, que representam a pureza de sentimentos, de espírito... e eis o que obtive!
"Mulher Grávida", 30 x 80 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de madeira
Sara - 2003
Este quadro surgiu porque, na altura, pretendia criar um símbolo feminino e outro masculini (* que criei, é o post seguinte) que nos transmitissem intimidade, naturalidade, erotismo, amor... Algo pessoal, que ficasse bem na parede do quarto e que irradiasse aqueles sentimentos já referidos. Assim, surgiu a ideia de uma mulher grávida, que, pessoalmente, é um estado que considero do mais belo que existe, que exalta a condição feminina, que pressupõe o amor e o erotismo, a família, o lado pessoal... Além de que assim fugia aos nus da praxe...
Confesso que adorei o resultado: a cor rosa forte, o emaranhado dos cabelos em diversas tonalidades, as flores que transbordam pureza e profundidade, o formato. Pois, está mesmo por cima da minha cama, ao lado do próximo!
"Cidade Encantada", (emoldurado) 50 x 70 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de cartão
Sara - 2003
Este quadro foi um desafio que a minha mãe me lançou: pintar algo diferente, que não "Gordas" (vão acabar por perceber porque ela me disse isto apesar de gostar muito delas e de até ter um quadro desses na sua casa!, basta que continuem a seguir o blog!).
Assim, surgiu-me isto. É um pouco infantil mas o que me move são as cores e lá colorido, fortemente colorido, ele é! Não podem dizer que não. Apeteceu-me variar e criar um desenho mais geométrico. Inicialmente, as linhas estavam perfeitas mas aborreceram-me e, então, desfoquei-as um pouco, o que ainda o infantilizou mais. No fundo, são retalhos da minha Lisboa, colocados de forma aleatória e do modo como os sinto. O balão foi um pequeno toque humorístico.
É uma "Cidade Encantada", porque é a cidade que eu criei, como num faz-de-conta.
Foi o primeiro a que adicionei verniz.
"Cavalos em fundo laranja", (emoldurado) 50 x 70 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte em cartão
Sara - 2003
Este quadro resulta da minha primeira experiência com texturas.
Os cavalos têm uma razoável textura, têm relevo.
Já havia experimentado criar diversos graus de texturas (e transparências) com a tinta (mais diluída, mais opaca, mais grossa), mas ainda não tinha utilizado qualquer aditivo.
Aqui, utilizei um gel próprio. Gostei razoavelmente do resultado, se bem que esperava que ainda ganhasse mais corpo do que ganhou. Mas a experimentar é que aprendemos... Também experimentei criar o fundo com esponja (* mais à frente, prometo publicar alguns posts sobre técnicas «acessíveis»).
Bem, as cores são as minhas, laranja...
Este quadro não tem qualquer seguimento, em termos temáticos - até porque, como já disse, foi uma experiência. A pintura que me dá verdadeiro gozo e que se acabou por tornar no meu estilo pessoal é mais o género das "Gordas", mas até lá ainda me fui aventurando por outros temas, como vão ver, se continuarem a seguir o blog!
"Quatro Gordas na Conversa com Pomba" (insere-se na colecção "Gordas em Convívio"), 50 x 60 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de cartão
Sara - 2003
Seguindo a mesma temática da harmonia com a Natureza, da amizade e da calmia , revela as mesmas tonalidades do anterior, apenas lhe acrescentei o rôxo que é a oposição natural ao amarelo e o laranja que surge da mistura deste último com o vermelho (regras do círculo cromático). Apesar de não lhes desenhar rosto, penso que as figuras têm a sua própria expressividade.
Este quadro foi um dos que levei para a minha primeira exposição.
"Duas Gordas deitadas na relva verde", (insere-se na colecção "Gordas em Convívio), 24 x 30 cm
Acrílico sobre tela c/ suporte de cartão
Sara - 2002
Aqui está, a "prometida" experiência em acrílico. De dimensões pequenas para não desperdiçar se não corresse bem!
Duas mulheres - gordas (porque são mais redondas, mais "deliciosas" de pintar, levam mais tinta), amigas, descansam numa relva fresca, numa tarde de fim de Primavera, princípio de Verão. As cores são fortes e alegres. O vermelho sobrepõe-se ao amarelo e o azul harmoniza com o verde.
Fiz mais dois, exactamente iguais, mas com cores diferentes. Prometo vir a postá-los, mas, como já não são meus, terei de esperar que cordialmente os seus donos me enviem respectivas fotos.
Pessoalmente, gostei bastante da primeira experiência com tela, achei até mais fácil de pintar do que em papel ou cartolina.
"Três Gordas com Pomba + Criança", faz parte da colecção que mais tarde iniciei - "Gordas em Convívio", (emoldurado) 45,5 x 65 cm
Guache sobre cartolina
Sara - 1999
Três mulheres ao ar livre, acompanhadas da filha de uma delas, desfrutam da Natureza, simbolizada pelo céu e pela pomba branca. É um momento de calma e de reflexão, também demonstrado metaforizado pelo referido pássaro.
Ora aqui está o estilo próprio que descobri em mim.
Este foi o primeiro quadro de muitos - os outros já em acrílico sobre suporte de tela.
Tem uma história engraçada. Um dia vi um quadro numa montra, que não sendo nada parecido com este me inspirou muito. Desejei comprá-lo mas não tinha dinheiro suficiente mas não parava de pensar em como ficaria bem na minha sala, ainda por cima tinha acabado de ter casa própria e estava na fase das decorações. Então, pensei que poderia experimentar pintar um que ficasse perfeito na decoração que tinha realizado. E pintei-o!
Dei uma festa de inauguração da casa e convidei o meu amigo jornalista - e crítico de arte - e ele quando o viu adorou. Nã, não foi por ser meu amigo, porque ele é muito frontal, já era com o meu trabalho jornalístico.
Bem, quanto a vocês não sei, mas ele gostou, eu também e foi assim que decidi levar a pintura mais a sério.
P.S. - Já esteve na sala (da casa antiga), agora, está no corredor, logo à entrada (da casa "nova")
"Com o Mundo nas Mãos", (emoldurado) 45,5 x 64 cm
Guache sobre cartolina
Sara - 1999
Confesso que este me encheu o olho! Gostei bastante.
Apesar de ainda não ter descoberto o meu estilo, abriu-me a gama de cores que mais viria a utilizar no futuro.
O mundo foi, igualmente, inspirado nos nenúfares de Monet vocês podem não ver semelhança mas eu vejo!!!).
Simboliza o poder que cada um de nós como indivíduo tem. No fundo, todos temos o mundo nas mãos, quanto mais não seja o nosso mundo. E o nosso futuro...
Foi visto por um jornalista estrangeiro - também crítico de arte - que o considerou bastante razoável. E eu fiquei contentinha!
P. S. - Está na minha sala
"Floresta em chamas com pinto amarelo", (emoldurado) 34,5 x 45,5 cm
Sara - 2000
Guache em papel
Bem, à data, andava fascinada com as tonalidades quentes do fogo e muito absorvida pelo meu novo livro sobre Monet. Pode não parecer mas as árvores - particularmente a cor - tiveram como inspiração os nenúfares de Monet. Depois de pintar a floresta pensei que, apesar da coloração ser quente, o quadro me transmitia uma certa melancolia, então, decidi acrescentar-lhe um toque infantil e humorístico: o pinto amarelo. Que andaria o pobre animal a fazer para estar tão calmo perto de um incêndio que se aproxima?! Ah,ah! No fundo, não passou de uma brincadeira.
Agora, vou começar a mostrar as primeiras pinturas.
Foram a guache sobre papel. Uma experiência com os pincéis e com a imaginação...
Assim, aqui está a primeira que divulgo.
Chama-se "Mulher Colorida", 34,5 x 45,5 cm
Sara - 2000
Quando a pintei, estava inspirada em Munch , Kirchner e no abstraccionismo. No fundo, mais não passou do que uma experiência de cor e forma de pincelar. Vale pelo estudo.
No meu íntimo, desejava pintar uma figura que através da cor nos mostrasse força, vida, sensualidade, modernidade, sofisticação ...
P. S. - A pintura termina nos joelhos, mas não a consegui digitalizar por completo...
A minha pintura é, antes demais, um percorrer dos meus sentidos, dos meus gostos das minhas imagens retidas ou imaginárias.
Quando pinto faço-o com o coração e não apenas com os olhos.
Nela é de realçar as cores fortes e intensas – como, por exemplo, o carmim, o azulão, o laranja, o amarelo e o verde - e a construção de composições onde as linhas curvas e planas se fundem em contraposição mas harmoniosamente.
Trata-se de uma pintura moderna, onde, maioritariamente, as pessoas são o centro e a Natureza uma referência. As pessoas são, regra geral, retratadas de forma simples mas muito emotiva.
Todavia, fiz algumas experiências temáticas, onde a metáfora e o mundo natural se fundem nas minhas influências impressionistas, simbolistas, expressionistas de modo peculiar.
O epicentro da minha pintura não é uma técnica primorosa mas sim a criação de algo que possa despertar a atenção de quem a observa e que , de preferência, lhe suscite vontade de voltar a vê-la. Enfim, o que pretendo é criar algo belo e colorido que seja facilmente identificável, apesar de não o ser pelos cânones mais ortodoxos. Não tenho intenção de colocar sombra e luz de forma irrepreensível, de demonstrar numa só obra vários conjuntos de técnicas. Apenas desejo pintar algo que me agrade e que possa agradar aos comuns mortais. Tenho mais interesse em criar uma obra que toque pessoas de diferentes sexos, idades e etnias do que simplesmente outros artistas.
Tenho, também, interesse em criar um estilo próprio e para isso, de modéstia parte, penso ter estar no caminho certo. Até talvez o facto de ser autodidacta e não ter interiorizado demasiadas técnicas e conceitos já descobertos e assimilados tenha facilitado esse propósito demasiado cedo.
Resumindo, linhas diagonais, planos de fundo, primeiros planos não me limitam e, na minha opinião, não deviam limitar muitos artistas, já que vivemos num mundo em constante evolução e em que a arte, ela própria, também não tem conhecido limites. Se Renoir ou Monet, por exemplo, não tivessem criado os seus estilos próprios e originado outro Movimento ainda estaríamos presos ao anterior. Se Picasso ou J. Pollock não tivessem ousado os nossos olhos teriam horizontes limitados, e por aí fora.
A prova de que uma obra não precisa de englobar todos os conceitos (de luz, sombra e/ou perspectiva) com precisão é a “Grande Jattes ”, de Seurat , cujas perspectivas não estão “correctas” mas cujo conjunto da composição é absolutamente fantástico e um dos mais afamados mundialmente.
A minha pintura vanguardista e um tanto naif serve-se muito da opacidade bem diluída dos acrílicos, de pinceladas fortes e vigorosas e de pinceladas que por si só – com a ajuda de alguma transparência criam as formas.
Acima de tudo, a minha pintura transmite a mensagem de que a vida é bem mais simples do que parece se a olharmos de fora, a humanidade é feita de paixão e as emoções de cor.
P. S. - Em breve irei "postar" os meus trabalhos a acrílico e a guache
Retrato da Laura (filha caçula ) com 11 meses, emoldurado, 30 x 40 cm
Pastel
Sara - 2007
Pronto, este é o último. Ainda não fiz mais retratos, fiz outros trabalhos - como pinturas a guache a e principalmente a acrílico -, além de que também não tenho mais filhos, ah, ah!
Este retrato, tal como os dois anteriores, foi feito por uma fotografia (se repararem a roupa da Laura e do Dinis são feitas do mesmo tecido, já que estavam vestidos de igual e as fotos foram tiradas na mesma altura). Aqui, julgo ter conseguido captar a Laurinha em todo o seu conjunto, está parecida com ela, e a sua expressão (que calhou bem na foto) mostra a sua essência. Senti algum receio quanto ao sorriso mas no final correu tudo bem! Gostei bastante...
P. S. - Está na minha sala
Retrato do Dinis (meu filho do meio) com 2 anos, emoldurado, 30 x 40 cm
Pastel
Sara - 2007
Este retrato foi desenhado através de uma foto - belíssima -, que deixa nitidamente transparecer a beleza do meu filho mas em cuja expressão dele se encontra um pouco de "batman". Mas, como adoro a foto, arrisquei.
Gostei bastante do resultado, pois a expressão da foto foi muito bem apanhada e é isso que dá sentido ao que se desenha/pinta.
P. S. - Está na minha sala.
Desculpem a foto, que está um pouco flashada... Foi o melhor que se conseguiu arranjar!
Retrato de Rita (primogénita) com 5 anos, emoldurado, 30 x 40 cm
Pastel
Sara - 2007
Ora, este sim! Saiu-me, na verdade, muito bem. Foi feito com o auxílio de uma fotografia.
Fiquei razoavelmente contente com o resultado. Olho para ele e vejo a minha filha. A única coisa que lhe falta é vida, mas quando tirou a foto - que ficou muito bem - estava um pouco tímida (coisa que nem parece dela), daí o ar mortiço. Mas gostei...
P. S. - Está na minha sala.
Retrato do Rogério (marido), emoldurado, 30 x 40 cm
Pastel
Sara - 2007
Ora aqui está algo estranho. O meu padrinho, que é pintor (e desenha e pinta tudo maravilhosamente, não tem nada a ver comigo que sou uma amadora), sempre me disse que é muito mais difícil desenhar crianças do que adultos. Como viram - e verão - aconteceu-me exactamente o contrário. Tive dificuldade no meu auto-retrato e ainda mais com o marido, que também não ficou nada benificiado. É certo que existem rostos muito mais difíceis de captar do que outros e o dele é um desses, sem dúvida.
P. S. - Está na minha sala.
Auto-retrato (emoldurado), 30 x 40 cm
Pastel
Sara - 2007
Digamos que há quem me ache parecida. Sim, dou ares, mas penso que não consegui captar bem a minha expressão. Faz parte dos primeiros retratos a que me aventurei a desenhar, pelo que lhe tenho certo carinho (até o emoldurei!). Mas espero conseguir fazer melhor. Não sei se por ser eu, senti tanta dificuldade. A posição, a expressão foi fruto da memória e da observação de algumas fotos. Mas, penso que me desfavoreceu (desculpem o convencimento!).
P. S. - Está na minha sala.
"Silhueta feminina" (emoldurado), 30 x 40 cm
Carvão
Sara - 1999
Este quadro tem uma história curiosa, foi imaginado através das manchas dos mosaicos de mármore do chão da cozinha da minha avó. Olhei para lá e juntando o desenho de cada mancha visualizei um contorno - fruto da minha imaginação, claro está! -, e a obra nasceu...
P. S. - Está no meu quarto.
"Mulher a dormir" (emoldurado), 30 x40 cm
Carvão
Sara - 1999
Confesso que este não saiu da minha imaginação, teve uma enorme (completa) inspiração. Afinal, esta é uma imagem extremamente conhecida. Mas continuo a gostar...
P. S. - Está no meu quarto.
Estudo de posição de um corpo feminino nu, deitado, na cama com almofada.
Carvão e pastel em papel cavalinho.
Sara - 2007
Apesar de confessar que me dá bastante mais prazer a pintura em tela, onde mexo em pincéis e sujo os dedos com tinta, também gosto de fazer experiências na pintura /desenho considerado mais académico, pelo que, nesse sentido, o retrato e a representação da figura humana ganham grande relevância para mim.
Através do pau de carvão ou dos lápis de pastel – e utilizando o dedo para sombrear e dar textura – dou asas a um trabalho mais clássico, cuja intenção é a de representar o mais parecido possível o objecto (neste caso a pessoa ou o rosto) com a realidade. Aqui, o difícil é captar a expressão, o tal sentimento que vai nos olhos da alma de alguém. Ao desenhar retratos apercebi-me que por muito que fiquem parecidos com a pessoa, se não transmitirem a sua sensibilidade nunca estarão completos ou “perfeitos”.
Considero este género de trabalho de grande importância, pois é um excelente treino e um óptimo modo de adquirir experiência na observação.
Além disso, com a arte moderna, e com o abstraccionismo em voga, há muitos que se aventuram na arte de pintar sem saber desenhar um traço, o que é desprestigiante para a própria pintura. Gosto de muitas obras abstractas mas acho importante que o seu autor saiba desenhar para além delas. Pode não parecer, mas o facto de se saber desenhar e de conhecer técnicas abre muitos horizontes ao trabalho que se pretende levar a cabo.
OBS.: Foto das Fotos do Sapo
Este “Guia de História da Arte” é bastante razoável. Claro que parto do pressuposto que haja melhores e mais completos mas para quem deseja despender algum dinheiro (sem ser um exagero), ou seja, por volta dos 30 euros, aqui tem um livro suficientemente completo num formato pequeno para levar para a esplanada.
A 1ª edição data de 1994 e tem 287 páginas.
Sob a direcção de Sandro Sproccati , com tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo, a editorial Presença lançou este compêndio artístico, onde os artistas e as obras dos movimentos do século XIV aos nossos dias são tratados resumidamente por conceituados conhecedores.
Gostei da quantidade de ilustrações e da forma acessível como está escrito.
Folheá-lo é agradável. Recomendo a todos os curiosos e interessados na matéria.
"Duas mulheres correndo na praia", de Picasso (para lá das vanguardas)
"Equilibrista da bola", de Picasso (para lá das vanguardas)
Pormenor de "As meninas de Avinhão", de Picasso (cubismo)
“Vanguarda”, segundo os historiadores é uma forma precisa de conceber e praticar a actividade artística.
Essa, é uma característica de uma grande parte da obra do século XX e dá primazia à abordagem revolucionária, renunciando a “tradição” como referência obrigatória.
"A Aluna", de Sironi (para lá das vanguardas)
"A maternidade", de Severini (para lá das vanguardas)
"O esclavagista branco", de G. Gorsz (para lá das vanguardas)
Cronologicamente falando, é possível fazer a distinção entre a vanguarda histórica, situada nos três primeiros decénios do século (e formada pelo expressionismo, cubismo, futurismo, abstraccionismo, dadaísmo , construtivismo e surrealismo) e uma nova vanguarda, que, no segundo pós guerra tenta renovar o seu valor pro-positivismo (arte conceptual, minimalismo, arte pobre, etc.).
"Noctívagos", de Hopper (para lá das vanguardas)
"Estudo a partir do retrato do Papa Inocêncio X de Velázquez ", de F . Bacon (informalismo)
"Número 32", de J. Pollock (informalismo)
“Vanguarda” é uma expressão que também pode ser utilizada para referir grupos de artistas que se encontram adiantados em relação ao seu tempo, que pronunciam o futuro e que antecipam sobre tendências posteriores.
"Visões Simultâneas", de Boccioni (futurismo)
"Formas Circulares Sol nº.2 ", de Delaunay (abstraccionismo)
"A persistência da memória", de S. Dalí (surrealismo)
"Lata de sopa Campbell ", de Andy Wharhol (pop art )
"Auto-retrato com modelo", de Kirchner
O Expressionismo corresponde a uma tendência artística da primeira metade do século XX, que realça a experiência subjectiva.
Tem como marca cores e formas expressivas (não realistas) e uma pincelada superficial que nega a perspectiva tridimensional.
Tratou-se de uma renovação radical da psicologia humanas.
Historicamente, o expressionismo teve o seu berço e propagou-se nos países de língua alemã entre 1900 e 1910, e rapidamente envolveu outras nações do Ocidente europeu.
"Rapariga sentada", de Shiele
O Expressionismo reflecte, à priori, a crise de valores que a Europa do capitalismo teve de enfrentar.
O sentimento da “perda da tradição”notou-se imediatamente no plano da linguagem. Especialmente, nas artes figurativas, a vanguarda propôs-se a recuperar as linguagens “primitivas”, achando-as mais eficazes para a expressão directa do mal-estar comum.
"Mulher sentada a um espelho", de Kirchner
A arte expressionista entregou-se, então, a uma profunda incongruência: a que existe entre o significante utilizado e o conteúdo expresso.
A imagem foi simplificada, deformada, brutalizada, chegando a remeter-se para modelos arcaicos ou infantis, mas sempre “regressivos”. Por outro lado, a temática abrangida foi a da actualidade, afinal o seu objectivo último era “apontar o dedo” à civilização moderna e à burguesia.
Jeanne Hebutemet co chapéu", de Modigliani
Já que para os expressionistas a imagem pictórica era por si mesmo estática, baseavam-se numa questão fulcral: ” sendo assim, essa alguma vez poderá chegar a representar o movimento imparável que nos rodeia?”. Por oposição, estes artistas seguiram
a cor violenta e a linha quebrada.
No fundo, eles não negaram as formas do mundo exterior, mas a subversão dos princípios harmónicos da arte. A linguagem não desapareceu, inverteu-se
Digamos que a segunda fase da vanguarda expressionista foi representada pela formação russo-bávora . Com estes pintores o subjectivismo anárquico transformou-se em dimensão lírica da cor, os temas sociais “modernos” foram substituídos pela nostálgica reconquista da pureza da natureza, ou pela emoção livre da superfície abstracta.
Assim, este movimento abriu-se a evoluções que foram muito além do primeiro grupo e de um certo momento histórico.
Sconberg levou a cabo, a partira de 1912, uma desestruturação das normas da tonalidade, e assim confirmou o carácter único de uma experiência que se revelou insubstituível para a cultura do século XX.
"O Cristo Amarelo", de Gauguin
Simbolismo é a tendência expressiva que, na Europa, domina os anos 80 e 90 do século XIX. Uma corrente artística empenhada em fazer da realidade não visível o mundo da fantasia, dos pensamentos, dos sonhos e da visão, o conteúdo das suas obras.
Exprime uma condição específica do gosto que pretende afirmar nas artes em geral como reacção ao naturalismo, uma acentuada visão do mundo voltada para o conhecimento e a valorização da realidade interior, isto é, uma realidade que se presta mais à evocação do que à descrição.
"De onde Vimos? O que Somos? Para onde Vamos?", de Gauguin
Como disse R. Barili, no simbolismo é possível descobrir-se “uma alma bipolar”, já que este oscila entre o naturalismo e o espiritualismo, entre o que científico e o que é teológico.
Todavia, a dimensão física não se finda, e imprime a sua marca às zonas mais escondidas do espírito, através de um linearismo imprevisível, que descarna totalmente o dado natural,navegando por toda a sua ulterioridade possível, sem conseguir contudo superá-lo.
Para os simbolistas, o tempo estende-se infinitamente, e um linearismo vital, dinâmico, fortemente psíquico reduz a visão do mundo articulada e anedótica a um jogo bidimensional queprivilegia a essência das coisas e conduz ao número.
"Que novidades há?", de Gauguin
Trata-se de uma pintura heterónoma, que se servede motivos religiosos, filosóficos e místicos (atentem no exemplo de Gauguin), para construir uma realidade pictórica, e que nunca alcança a autonomia da cor e da forma – embora plante as bases das novas linguagens que, no futuro, se irão desenvolver pelas vanguardas do século XX.
O repertório linear dos simbolistas, tão enérgico, é adequado para representar iconicamente a vida moderna.
"Domingo à tarde na Ile de la Grande Jatte", de Seurat
Para quem não sabe, este quadro de Seurat é constituído por minúsculos pontinhos. É verdade, todo ele é pontilhado. Demorou mais de um ano a ser pintado - imaginem a trabalheira! Aliás, diz-se que foi um trabalho físico tão árduo que seria difícil de realizar não fosse o pintor um jovem homem.
A única figura que nos olha de frente, a menina de branco que está bem no centro do quadro, é também a única cuja sombra e luz não foi pontilhada, por forma a sobressair das restantes.
É inacreditável que esta que é hoje considerada a grande obra-prima da técnica "divisionista" - que permite que o artista obtenha uma composição em que, à exaltação da luminosidade, se reunam também valores construtivos e formais que não existiam nos quadros impressionistas da época - não tenha sido bem aceite pelo público na altura, que até criticou o facto da mesma não ter a proporção entre as diversas figuras "correcta" (pintada da forma tradicional).
Ao olhar do observador é confiada depois a tarefa de fazer a síntese final. Ou seja, este é um quadro que se visualiza de uma forma ao perto (em que todo ele são pontinhos coloridos e pouco demarcados) e de outra ao longe (onde ganha contorno e definição, até o vermos como aqui o reproduzi). Soberbo, não acham?!
"O baile de Moulin de la Galette", de Renoir
Oficialmente, o impressionismo “viu a luz do dia, na década de 60 do século XIX, ” em Paris. Tendo os seus pilares no naturalismo e sendo continuadora do realismo de Courbet , a pintura impressionista modificou drasticamente a estrutura artística tradicional.
Revolucionou nos seus princípios basilares a forma de exprimir a realidade visível, afastando-a da representação fiel da natureza para reproduzir a verdade perceptiva e sensível.
O impressionismo trouxe, assim, um novo modo de ver a natureza e o mundo exterior , bem como também inovou quanto à forma de os reproduzir na tela com um imediatismo quer temporal quer sensível.
"Banho em Asnières", de Seurat
Este grupo de artistas pretende, pois, captar o instante de uma realidade em constante movimento e que, a cada mutação da luz, muda de aspecto e de verdade.
Neste contexto, parece já não fazer sentido o tema escolhido, o que é relevante é o modo como é captado pelo artista naquele preciso momento de luz, e como tal reproduzido na obra.
Experimentaram igualmente profundas inovações técnicas, em busca de novos processos que possam reproduzir melhor a complexidade dos fenómenos naturais da visão e, em particular, a luz solar e as suas infinitas vibrações e refracções, já que a sua finalidade era traduzir pictoricamente a realidade mutável. Então, saíram dos ateliers e pintaram sur le motif , ao ar livre, em harmonia com a natureza.
Foram os impressionistas quem primeiro se apercebeu de que a luz solar não é um elemento homogéneo e compacto mas sim construída por uma série de puros valores cromáticos.
Assim, dão “asas” à decomposição das cores, fixando-as directamente na tela, tal como saem do tubo, fragmentando os tons e as pinceladas por forma a obterem melhores vibrações luminosas.
E não se ficaram por aí... Descobriram , ainda, que a sombra não representa ausência de cor, que não é uniformemente escura, e que tem uma intensidade cromática diferente, com matrizes lilases. Este facto levou-os a excluir o preto como não cor. Passaram a utilizá-lo pela sua qualidade cromática autónoma.
Acabaram com o claro-escuro, técnica o mais possível académica, afinal acreditavam que “só à cor é confiada a tarefa de definir o espaço e as fronteiras entre as imagens”. As imagens deixaram de ser delimitadas pela linha de contorno.
Utilizam, particularmente, uma técnica pictórica diluída e cores mais claras.
A expressão mais forte do impressionismo é, decididamente, a pintura de paisagem. Contudo, podemos constatar que a atenção dos artistas também se centra muito nos temas da vida quotidiana e citadina, do qual o trabalho de Degas é um excelente exemplo, com suas lavadeiras, engomadeiras, bailarinas absorvidas pelos ensaios... Cézanne acrescentou-lhe, contudo, a análise do aspecto interior, da essência.
"As grandes banhistas", de Cézanne
"As respigadeiras", de Jean-François Millet
"A Ponte de Mantes", de J.-B.-C. Corot
"Retrato da mãe do autor", de Whistler
"O Angelus", de Jean-François Millet
Entre 1830 e 1870, atravessou a cultura francesa uma corrente que se juntou inseparavelmente aos acontecimentos sociais e políticos, à excitação científica, a hábitos e moral renovados.
O realismo ganhou autonomia relativamente às anteriores formas de arte que assentavam em verosimilhanças e surgiu como um movimento historicamente distinto.
Pode dizer-se que a principal característica do movimento realista reside no interesse pelo mundo contemporâneo. Para estes artistas, o único processo de dar forma a uma necessidade expressiva autêntica é obsevar a realidade em que se inserem e reproduzi-la honestamente.
Neste movimento são novidade as teorias perceptivas, os interesses sociais e da concepção da História.
Assim, nesse contexto, podemos ver como é aqui que começam a aparecer as pessoas vulgares entregues às suas actividades diárias, a paisagem urbana, a província rural.
De uma certa perspectiva, desenhou-se o activo compromisso político de um artista como Honoré Daumier que lutava contra a monarquia publicando imagens por si criadas e utilizando para tal a litografia como principal meio de expressão.
Por outro lado, promovida por um grupo de artistas que (em épocas diferentes mas principalmente em 1849) se juntaram em Barbizan, deu-se a fuga à realidade urbana e ao compromisso político que lhe estava associado. Estes teorizaram uma pintura de paisagem em “plein air” e procuraram o contacto com a natureza morta, analisando as suas manifestações.
Rosseau foi um dos mais ilustres dessa escola.
De salientar que tal, também só foi possível porque surgiram as primeiras bisnagas de zinco, que permitiam aos artistas levar para toda a parte pequenas porções de tintas variadas.
Interessaram-se pelo factor da decomposição da luz, nos seus quadros o ar transforma-se num suave véu, a luz numa substância atmosférica que completa todo o espaço pictórico. Com o seu traço solto, distanciaram-se do estilo pictórico liso, adoptado do Classicismo e na época ainda obrigatório nas academias.
Com Jean-François Millet, a pintura é transportada para a autenticidade da vida do homem vulgar.
A adesão de Courbet à vertente ideológica-política do movimento é total e a sua participação no debate crítico de que nascerá a poética realista é de grande importância; a sua pintura tende a reproduzir factos materiais num estilo que não agrada à sensibilidade do público conformista da época.
Em 1867, a 2ª Exposição Universal de Paris é inaugurada num clima muito diferente. Courbet preparou novamente um pavilhão pessoal (como havia feito na primeira), mas já não estava só, muitos o seguiram, como o jovem Manet.
Fora da França o realismo não revelou características tão autênticas e significativas.
"Enterro em Ormans", de Courbet
É estranho mas o realismo tem a sua consagração no momento em que o refluxo reaccionário, que se segue à derrota da revolução republicana e ao golpe de Estado de 1851, alcança o auge.
"A Gioconda", de Leonardo da Vinci
Há uns tempos, vi uma reportagem sobre a pintura de Leonardo da Vinci e achei muito curioso quando mencionaram o facto de que um dos quadros mais famosos de sempre, "A Gioconda", ou seja a Mona Lisa, não corresponde seguramente a uma mulher. A verdade é que ao certo, ao certo, não se sabe se "ela" é mesmo uma ela ou se é um ele, porque o pintor pintava as pessoas de modo muito andrógeno. Pode bem ser que aquele sorriso enigmático pertença a um jovem um pouco efiminado...
Estamos sempre a aprender!
Munch, dos meus pintores favoritos. Espantoso pintar assim no início do século passado! Fantastique! Absolutment!
Digam lá, se Modigliani não é realmente fantástico?! Da sua época dos nus aqui vos deixo estas duas obras completamente inspiradas....
"As três graças", de Rubens
pormenor do "Pecado Original", de Miguel Ângelo
"Liberdade", de Delacroix
OBS.: Eis três quadros, famosos, que pertencem aos grandes da "velha guarda" e que serão sempre uma referência
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